Em 1878, a Colônia Caxias possuía 3.849 habitantes, a maioria deles agricultores. Apesar deste perfil, na sede, agrupavam-se algumas casas comerciais e pequenas fábricas como funilarias, carpintarias, marcenarias, olarias, ourivesarias, ferrarias, moinhos, seleiros, sapatarias e alfaiatarias, responsáveis pela produção de bens de consumo que caracterizavam a autossuficiência da colônia.
Contudo, nos primórdios da colonização italiana, os negócios mais prósperos foram as casas comerciais, conhecidas como armazéns de secos e molhados, onde encontrava-se de tudo: desde tecidos e artigos de perfumaria até ferragens e produtos provenientes da colônia. O crescimento econômico da colônia foi rápido e pode ser medido pelo expressivo número de casas de negócios. Em 1883, existiam na Colônia Caxias 93 estabelecimentos comerciais para uma população de 7.359 habitantes. Um número impressionante se considerarmos que, em 1878, existiam somente três casas deste gênero.
As casas de negócios e os pequenos artesãos, na zona urbana e no interior dos travessões, assumiam relativa importância na vida da Colônia, como centros de informações e de trocas. Eram os lugares onde os colonos iam com suas mercadorias e, em troca, levavam insumos para sua produção e gêneros para o consumo das famílias. Gradativamente, os produtos da Colônia passaram a ser vistos como possibilidades de negócio.
Existiam imigrantes e descendentes em outros locais do Estado e do país. Portanto, existia mercado para produtos como vinho, graspa, banha, queijos e embutidos. Assim, coube ao comércio a tarefa de colocar a produção colonial em mercados consumidores potenciais, por meio dos tropeiros e cargueiros. Paralelamente, a policultura de subsistência logo seria superada em área de plantio pela monocultura mercantil. A indústria da transformação dos produtos agrícolas, entre eles, o trigo, a uva, o linho e a seda cresceria significativamente, sendo que grande parte do capital investido nestas atividades seria gerado pelas trocas comerciais.