Encontro sobre hemofilia esclareceu dúvidas de pacientes e familiares

Cerca de 50 pessoas, entre pacientes, familiares e profissionais da saúde, participaram do encontro alusivo ao Dia Mundial da Hemofilia, realizado, no último sábado (28/04), no auditório da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O evento foi promovido pelo Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs), em parceria com a Associação dos Hemofílicos da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Durante o encontro, os servidores do Hemocs apresentaram os dados do Ambulatório Hemoterápico, falaram sobre a importância da adesão ao tratamento e dos benefícios de se prevenir as hemorragias decorrentes da doença. “As pesquisas indicam que, com o tratamento preventivo, indicado para hemofílicos graves, temos redução de 99% na taxa anual de sangramentos. Isso significa melhor qualidade de vida. E nós ofertamos isso, gratuitamente, a quem precisa”, afirmou Roque Lorandi, médico hematologista.

Os participantes tiveram a oportunidade de conversar diretamente com os profissionais e esclarecer dúvidas. Alguns pacientes deram seu depoimento e houve troca de experiências. Cláudio Borragini elogiou o atendimento prestado pelo Hemocentro. “Morava em Lajeado e fazia tratamento em Porto Alegre. Estou em Caxias do Sul há menos de um ano. Nunca vi uma estrutura de atendimento tão boa para os hemofílicos. E não estou falando só em termos de estrutura física, mas de recursos humanos também”, disse.

A esposa de Borragini, Eliana, percebe a melhora do marido no dia a dia. “Antes, tínhamos que pagar pelos atendimentos complementares, como fisioterapia e atividade física. Agora, ele faz tudo pela rede pública e chega em casa bem mais satisfeito. Melhorou o desenvolvimento dele, a autoestima e, consequentemente, a nossa vida”, afirmou.

Caxias do Sul é referência nacional no tratamento das coagulopatias. No decorrer deste ano, membros das associações estaduais de hemofilia visitarão o Hemocs para conhecer o trabalho realizado no município. Representantes de Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Amapá e Bahia já estiveram no serviço, no início de abril. O objetivo é compartilhar as boas práticas daqui com hemocentros de outras regiões do país. As visitas estão sendo promovidas pela Federação Brasileira de Hemofilia.

Saiba mais

A hemofilia é uma doença genética, hereditária ou adquirida, caracterizada pela deficiência de fatores da coagulação. Essa alteração leva a sangramentos espontâneos e de repetição, principalmente em articulações, o que pode deixar sequelas irreversíveis com a destruição da articulação envolvida.

O tratamento consiste na reposição dos fatores de coagulação deficientes, que são disponibilizados pelo Hemocs, via Ministério da Saúde. Para acessar o serviço, basta que o paciente seja encaminhado por um médico, da rede pública ou privada de saúde. Atualmente, há cerca de 80 hemofílicos cadastrados no Hemocentro.

Assessoria de Imprensa - SMS