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Secretaria do Turismo estabelece diálogo direto com empreendedores

Titular da pasta, Ricardo Daneluz dedicará um dia da semana para visitas in loco

Atualizada dia

Como estratégia para ficar mais próximo do setor, o secretário de Turismo de Caxias do Sul, Ricardo Daneluz, dedicará um dia por semana para visitas a empreendimentos turísticos. A iniciativa também atende às metas do Plano Municipal de Turismo de ouvir demandas e sugestões dos empreendedores para estabelecer ações visando à retomada da atividade no município. “Acredito que temos um potencial excepcional a ser explorado. Precisamos trabalhar na construção coletiva, oferecendo apoio, suporte e projetos para que o empreendedor se sinta seguro no investimento que fez ou pretende fazer”, definiu.

Nesta quinta (23/03), o secretário fez as primeiras visitas, iniciando pela região de Galópolis, onde a comunidade se mobiliza para criar condições de desenvolvimento do turismo. O movimento envolve a iniciativa privada, entidades comunitárias e o poder público. “Optamos por iniciar por Galópolis pelo fato de os moradores estarem sensibilizados em torno do projeto, que contempla preservação do patrimônio histórico, valorização da cultura e da gastronomia, dentre outros importantes aspectos”, assinalou.

Raridade

Em atividade desde 1999 como sucessora da empresa Lanifício Sehbe, a Cooperativa de Trabalho Têxtil Galópolis (Cootegal) representa a continuidade de uma história com perto de 130 anos, iniciada por imigrantes italianos vindos da Região de Schio, onde trabalhavam na atividade têxtil e que desembarcaram no Brasil após promoverem uma greve. Tempos após, o grupo ganhou a sociedade de Hercules Galló, que acabou tornando-se, na sequência, sócio único. A empresa ainda foi comandada, em momentos distintos, pelas famílias Chaves Barcelos e Sehbe. Em 1999, a indústria abriu falência, dando origem à cooperativa, inicialmente com 20 sócios.

Foto por Michele Casali da Cruz

Contar esta história em detalhes, mostrar antigos equipamentos e a atual estrutura de produção de tecidos em lã e outras matérias-primas é uma das metas do presidente Fernando Marchioro. Para tanto, a diretoria avalia um projeto que permita visitação, exposição e venda de produtos.

Com consumo médio mensal de 30 toneladas de lã, a Cootegal é um dos poucos lanifícios em atividade no Brasil. Atualmente, o quadro é formado por 140 pessoas, dentre associados e cooperados. A empresa tem diversificado sua linha de produção, agregando outras matérias-primas, de forma a reduzir a ociosidade em alguns períodos do ano em função da sazonalidade do principal produto, o tecido em lã. “Este projeto turístico pode nos trazer interessante receita adicional e, principalmente, visibilidade ao grande público”, projeta.

Novo conceito

Fundada em 1975, a Padaria e Café Galópolis, sempre teve como endereço a BR-116. Desde junho de 2022, uma das operações, denominada somente Café Galópolis, mudou-se para o Centro da localidade, próximo à Praça Duque de Caxias. A mudança veio acompanhada por um novo conceito de empreendimento, com ênfase na gastronomia típica, em um ambiente acolhedor e atendimento qualificado. À frente do negócio está Greta Bachi, que já emprega 11 funcionários e prepara ampliação da estrutura. “Teremos de aumentar a área da cozinha e investir em equipamentos para atender a demanda de clientes, principalmente nos fins de semana”, revela a gestora.

O local tem capacidade para atender simultaneamente 50 pessoas sentadas. O cardápio é variado, com destaques para o café, pastéis, cannolis (canudos) recheados, doces e salgados, polenta brustolada com linguiça, massas e sorvetes, dentre outros pratos. Em análise, a inclusão da sopa no pão para as estações frias. O atendimento é diário, inclusive sob demanda para eventos. Fiel usuária das redes sociais, Greta se conecta aos consumidores e divulga as ações para mais de 4 mil seguidores, além de listas específicas. Só em fevereiro as postagens tiveram em torno de 1,2 milhão de visualizações.

Foto por Michele Casali da Cruz

Mais próxima do cliente

Com 10 anos de funcionamento, a Cervejaria Ordeo tem capacidade para produção de 60 mil litros de cerveja e chope. Dentre as propostas para estimular o consumo, a diretoria investe em eventos e na abertura de unidades comerciais. A primeira já está em operação, na área central de Caxias do Sul, e outras duas se encontram em desenvolvimento. Os principais eventos são o Carnaval, que atraiu mais de 800 foliões neste ano, e a Oktoberfest, em outubro. Na cervejaria também são realizadas visitas guiadas para grupos e oficinas de harmonização.

Especialista em vinhos finos

A Quinta Don Bonifácio é a vinícola com a maior elaboração de vinhos finos de Caxias do Sul. São 60 hectares de plantios, iniciados em 1999, sendo 15 em Galópolis, onde se concentra a unidade de vinificação, e 45 em Santa Lúcia do Piaí. A empresa cultiva 16 variedades de uvas viníferas, resultando em cerca de 100 mil litros de vinhos – volume da atual safra. No enoturismo desde 2000, a vinícola montou uma estrutura para degustação e venda de vinhos e espumantes, além de espaço externo para eventos. Empresa de natureza familiar, está na segunda geração, formada por primos e irmãos. Dentre elas, as primas Isadora Sirtori e Marina Libardi.

Foto por Michele Casali da Cruz

Experiência gastronômica

Diretor da Granberg Alimentos, indústria de embutidos e cortes nobres de carne suína, Gabriel Sirtoli inclui nos planos futuros da empresa um projeto turístico. Para a área da família, no interior de Galópolis, onde a estrutura operacional está montada, o gestor sonha com um espaço gastronômico para promover a marca, a carne suína e os derivados. O empreendimento também contemplaria uma área de entretenimento e lazer, criação de suínos de pequeno porte para interação com o público, áreas de degustação e compras, e um espaço em que o visitante participe da elaboração de embutidos. “A ideia é ainda incipiente, mas vejo com potencial importante e diferenciado”, explica Sirtoli.

Oliveira de 550 anos

Uma árvore com idade estimada em 550 anos é um dos principais atrativos da Casa Fagundes, localizada no distrito de Vila Cristina, às margens da BR-116. A oliveira, plantada no local há dois anos, é parte significativa do novo conceito do empreendimento. O negócio, inicialmente um posto de combustível, passou por mudanças ao longo dos anos até alcançar o estágio atual, que contempla também restaurante, cafeteria, empório, jardim gourmet e loja. Filha do fundador Luiz Carlos Fagundes, que adquiriu o posto em 1983, Simone Fagundes destaca que os recentes investimentos estão sendo feitos para consolidar a marca como empreendimento turístico com forte conotação na gastronomia. Dentre eles, diferentes alimentos, como azeite de oliva, em homenagem ao pai falecido há 10 anos.

Foto por Michele Casali da Cruz